A Vaquinha de Peluxe

quinta-feira, novembro 24, 2005

Fim de semana em marrocos - dia 1

Olá!
Esta sou eu, na minha primeira fotografia no estrangeiro.
Da viagem pouco vos posso contar, a minha criança e o amigo Tommy, el engenheiro, foram no andar de cima e eu que vim o tempo todo a dormir numa divisão VIP do autocarro. Tinha chão almofadado, sinto de segurança, luminosidade controlada para não perturbar o meu sono, ar condicionado, musicoterapia, massagens... Ninguém acredita? Pronto, está bem! O meu passaporte era falso, não me deixaram entrar no autocarro, tive que me esconder na bagageira para poder passar a fronteira. E já que estamos numa de verdades, vim amarrada à mochila, com um calor horroroso, o barulho do motor a dar-me cabo dos corn... dos tímpanos, na escuridão, com cheiro a gasóleo e uma trepidação que me deu cabo do dorso. Fogo, tem que se vos contar tudo! Uma pessoa já não pode romantizar um bocado as coisas. Aquele primeiro cenário era tão mais agradável. Mas pronto, mal eu sabia o que me esperava na chegada.
À chegada, estavam à nossa espera a Buggie e o Fanático. É só gente doida! Santa inocência a minha, que mal sonhava o que me esperava ainda essa noite e nos próximos dias.
As fotos que estão a ilustrar esta rominadela foram tiradas enquanto esperávamos pela chegada da Bruxinha para seguirmos para casa da Buggie. Mas ainda tivemos tempo para uma paragem em casa da avó dela para o engenheiro dar ares da sua graça de nortenho e dizer "porra" e mais algumas coisas. Lá ainda conheci o Bayleys e depois de largarmos a tralha na Damaia, fomos finalmente para o tal de Coliseu. Foi um dia de estreias. Primeiro o autocarro, ok, a bagageira do autocarro, depois o metro e o comboio. Foi bonito. E fiz um sucesso que nem sei o que vos possa dizer. Toda a gente olhava para mim, é que sou mesmo linda! Muh!
Bem, chegamos ao coliseu, começa-se a juntar gente e mais gente que aquilo foi uma salganhada que nem sei por onde começar. A bem dizer não sei por onde começar porque aquela cervejaria em frente ao coliseu foi a minha desgraça, minha e de muita gente! Sei que fui raptada, que andei a saltar de mão em mão, sim sou vaca mas isso não é propriamente novidade pois não? Mas calma, saltar de mão em mão mas sempre com muito respeitinho!
Entretanto começa um barulho, maior que aquele do motor do autocarro, olho para o palco e estão 5 gajos a tocar. Aqueles é que eram os Xutos. Só achei estranho a falta de segurança. As luzes não paravam de acender e apagar. Se eles são uma banda assim tão conceituada, eu sei que o Coliseu dos Recreios já tem uns anos mas bem que podiam ter arranjado o sistema eléctrico, estava a ver que ainda ia haver um curto-circuito. Depois admiram-se quando elas acontecem!
Acabado o concerto, voltei a encontrar a minha criança e depois de andarmos por ali todos à espera de uns e outros e combinadas as boleias, fomos para casa. Daqui para a frente só sei dizer que houve comida, jogos de cartas e sonambulismo, que eu mal cheguei aterrei que nem calhau que o dia seguinte ia ser puxado.


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Até lá,

Supercalifragilisticexpialidocious!

quarta-feira, novembro 23, 2005

A chegada a casa

Agora que já me passou o efeito do incenso, vou partilhar com vocês como foi a minha chegada à nova casa. Nos braços da criança de bom coração (não é bem ser mentirosa, é o chamado dar graxa que bem vistas as coisa é ela que me paga as contas) chego a casa, uma linda moradia com muito espaço, o problema são as escadas. Os degraus são altos e para quem tem as patas curtas como eu às vezes é um bocado aborrecido, é preciso muita ginástica e não posso correr o risco de perder esta minha barriguinha de gémeos nas vésperas do parto. O cão é que foi uma questão mais complicada que ainda é novinho e não tinha percebido muito bem aquela parte de que raças diferentes não cruzam entre si e começou logo a fazer-se ao bife, literalmente! Mas nada que não se tenha resolvido logo à partida com uma cornada bem dada. Tirando isso, toda a família me acolheu como sendo um deles, até tenho um cantinho onde pastar, com relva fresquinha lá no quintal.
E querem saber o melhor? São aliados numa causa comum.
Têm uma churrascaria, estão sempre a assar frangos. Assim é que é. Numa futura conversa explicarei os benefícios de comer mais frango.
Continuando. Eu pensei que ia para casa e ia ficar ali, sentada na minha bancada com a restante bonecada a ganhar pó e que o mais longe que iria era ao quintal pastar um bocadito. Onde é que eu tinha a cabeça! Bem, esta expressão não me trás muito boas memórias mas isso é outra história. Mal cheguei comecei logo a ser fotografada e as minhas fotos a correr o mundo virtual. Em menos de nada já tinha passaporte e visto turístico de 5 dias para Marrocos. Na altura não percebi muito bem para quê mas por entre telefonemas matinais e idas à Borten Sempre lá descobri. Pelo que percebi a ideia era ir ao Coliseu dos Recreios ver uns velhos armados em rockers três dias seguidos (haja paxorra e mau gosto pensei logo eu) e pelo meio ir a um almoço de aniversário da minha criança e de outro amigo. Sim flores, até a vaca sabia. Daaaaah!!! E foi uma estreia por terras marroquinhas que nem vos conto. Ok, conto mas é numa próxima rominadela. Só vos digo que foi de perder a cabeça.

Até lá,

Supercalifragilisticexpialidocious!

terça-feira, novembro 22, 2005

O Começo

Sou órfã de mãe e de pai.
Fui entregue para adopção com poucos dias de vida e andei de instituição em instituição durante uns dias até ficar como residente no abrigo da Natura. A vida lá não era fácil. Não tinha autorização para sair da minha prateleira para sequer esticar as pernas de vez em quando, não podia falar alto e saídas estavam fora de questão. Havia inclusive um guarda à porta, um autêntico Urso, muito simpático para quem lá passa à porta ou entra em visita, até deixa puxarem-lhe a língua e tudo, mas para quem lá vive é um autêntico tirano. Nem sequer uma ida ao café era possível. Se alguém tentava sair sem o processo de adopção concluído, ele apitava logo numa chinfrineira que só visto. Não havia hipótese.
Até que um dia, cansada de ver todos os meus amigos e colegas irem embora com suas novas famílias, achei que me devia aperaltar melhor para tentar enganar, desculpem, conquistar alguém. Passei pó de talco pelo pêlo, limei os cascos, limpei a cera dos ouvidos, encerei as proeminências que me saem da testa, e roubei um lencito vermelho da prateleira do lado e fiz dele uma linda echarpe.
Resultou!
Foi num dia frio e chuvoso de inverno profundo (ok, ainda era outono e estava sol mas assim a história é mais bonita, dá "aquele" ambiente) que entrou uma criança, sozinha, veio direita a mim, sorriu, pegou-me ao colo e ali, naquele momento eu soube que ia finalmente deixar aquela prateleira de madeira escura e aroma estonteante. Se bem que quando usavam aquele incenso de ópio... hmmmm...
E agora que me lembrei do ópio, vou até ali... a... volto mais logo para contar como foi a minha chegada à casa nova e a descoberta de novos amigos.

Continua...

Até lá,

Supercalifragilisticexpialidocious!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Olá

Tenho passeado muito pelo mundo dos blogs e cheguei à conclusão que se quase toda a gente tem blogs, eu também deveria ter um para me dar a conhecer um bocadinho melhor.

Como já devem saber, tenho uma vida extremamente agitada, são muitos os compromissos e uma agenda social demasiado concorrida, tenho que recusar muitos convites e ando sempre em viagem mas ainda assim comprometo-me a conseguir sempre uns minutinhos para aqui vos vir contar por onde anda o meu badalo.

Como pelo que vi dos outros blogs, há sempre um primeiro mugido que não diz nada e faz de conta que dá as boas vindas e apresenta o que vai ser o blog, não vou escrever mais nada nesta rominadela sobre o risco de acabar por ter algum conteúdo (coisa que, para ser sincera, dúvido que exista realmente o risco de acontecer em qualquer uma das rominadelas que aqui vão ser deixadas).

Numa próxima começo então a contar a vocês, queridos leitores, a história desta minha linda e feliz vida, cheia de amigos. Vão haver fotografias e tudo para não acharem que eu invento as coisas que vou contar!


Até lá,

Supercalifragilisticexpialidocious!